Educação Social e Psicologia

Este trabalho, escrito por Sueli M. P. Cravo e Raquel S. L. Guzzo, Educação Social e Psicologia, busca trabalhar a educação em seus diferentes contextos, visando o desenvolvimento humano dentro do contexto social.
Para nós educadoras populares foi significativo a leitura de sua obra, pois utilizamos como instrumento de pesquisas e estudos para a nossa pratica docente e dissente, resultando assim, um seminário com debate, análise e muitas reflexões sobre a educação como um todo.
Refletimos principalmente que a pesar dos diferentes contextos educacionais, elas formam um macrossistema pela transição que há entre uma e outra.

Cristiane Barcelos, Tânia Graziadei

Ação social

Domingo, dia 6 de dezembro de 2009, tivemos a oportunidade de por em prática o que só tínhamos até então debatido e discutido teoricamente.
Neste dia também fomos agraciados com a receptividade e afeto da comunidade da Igreja Metodista da Lomba do Pinheiro que permitiu que nos sentíssemos muito a vontade para desenvolver as oficinas de arte e beleza, teatro, cine debate, brincadeiras recreativas e contação de histórias.
Esta situação de aprendizagem além de enriquecer a nossa prática pedagógica, também fortaleceu-nos como grupo e como sujeitos.

..como expressões sadias do sujeito e capacidades de adaptação social,
o relacionamento, que busca um equilíbrio maduro entre a satisfação
das próprias necessidades e a capacidade de dar/doar-se aos outros; e
a moralidade ,que compreende o desejo de uma boa vida para todos
os seres humanos.
Wolin e Wolin (1993)

Cristiane Barcelos, Tânia Graziadei

O Lúdico no Ensino da Produção Textual

O ato de escrever em nossa sociedade é mais valorizado do que qualquer outra maneira de comunicação, mas a escrita não era para todos, pois sua origem era restrita apenas para o grupo que pertencia às classes dominantes, ou seja, as classes que tiveram a oportunidade de frequentar a escola.
Na atualidade, a escola enfrenta dificuldades em trabalhar a escrita em função do passado que está atrelado à hierarquias, à severas convenções, que coíbem, constrangem, humilham e excluem.
Baseadas em todo este trajeto histórico e social da convenção da escrita, é que nós, alunas do 2º semestre de pedagogia, fomos desafiadas a transformar essa visão negativa da construção da escrita
em algo produtivo e prazeroso, fazendo com que o sujeito perceba que esta forma de expressão faz parte de sua vida nos mais variados contextos como por exemplo: receitas, listas de supermercados, bilhetes, jornais, etc.
Através do lúdico, o ser humano cria e recria tornando suas ações mais espontâneas de uma forma leve e prazerosa, no entanto, nosso objetivo aqui é compartilhar uma experiência prática que foi muito significativa tanto para nós que propomos a situação de aprendizagem, quanto aos(as) educandos(as) que a realizaram.

Metodologia: Esta situação de aprendizagem, é feita em 5 etapas:
1)música suave e relaxamento, preferencialmente através de massagem;
2)ouvir a música suave e fazer desenhos com os olhos fechados, ou seja, deslizar a
caneta ao som da música;
3)formar grupos de 5 pessoas e listar as formas encontradas por todos;
4)criar uma história, onde apareçam todas as formas da lista do grupo;
5)ler as histórias para o grande grupo.

Sugestões: - as histórias criadas pelos grupos, poderão ser dramatizadas.
- a partir das histórias, pode-se trabalhar o vocabulário com o auxílio do dicionário;
- as histórias poderão ser transformadas em um livro.
Histórias construídas pelos educandos(as):
(Acadêmicos da PDN21)


Passeio de domingo

Num domingo de sol, Manoelita foi ao zoológico do mundo da imaginação com os seus pais e para lhe fazer companhia, levou sua boneca que vestia saia rodada.
Chegando no zoológico, ficou encantada com o caminho de notas musicais que levava direto ao aquário onde moravam as baleias e a tartaruga. Era um aquário muito bonito e enfeitado com lindas conchas.
Mais adiante, avistou um triângulo amarelo com uma reta vermelha que indicava uma fazenda que tinha uma vaca.
Quando o relógio indicou 8 horas, eles perceberam que já era tarde e foram procurar a saída. Então se surpreenderam ao encontrar uma guia vestido de rei com uma coroa magnífica que lhe levou até a saída. Manoelita e sua família saíram do zoológico com o coração muito feliz.

Autoras: Camila, Celeste, Emilly e Rosiane.



O pássaro cupido

Era uma vez uma floresta encantada, onde o pássaro cupido vivia atirando suas flechas fazendo todos os animais da floresta se apaixonarem.
Até que um dia a flecha do cupido bateu na árvore e voltou no seu peito invadindo o seu coração fazendo com que ele se apaixonasse pela pássara Brenda no mesmo instante. Só que havia um problema: a pássara Brenda era cega e achava que por ser diferente não tinha o direito de amar e ser amada. Mas isso não foi suficiente para que o pássaro cupido desistisse do seu grande amor. Após muita insistência e provas de amor, a pássara Brenda se convenceu que merecia sim, mesmo sendo diferente amar e ser amada.
E assim foram felizes para sempre, servindo de exemplo de como o amor supera todas as diferenças.

Autoras: Letícia Jardim, Elenita e Paola.


Sonho

Em uma noite, num lugar que eu nunca fui encontrei uma menina que eu nunca vi. Ela não me contou mas eu sei, que ela vivia num mundo onde as formas eram todas retas, neste sonho que eu nunca ouvi ela sonhava com um mundo diferente onde as linhas do horizonte se encaixavam e arredondavam-se virando formas de coisas que jamais vi ou vivi. Neste mundo coelhos brincavam com peixes e andorinhas brincavam com cobras. Esses nomes foram inventados por ela, porém conhecidos para mim. Só que isso eu nunca vou dizer à ela.

Autoras: Patrícia, Letícia Guedes, Tales e Elisângela.


As baleias C e F

Era uma vez no fundo do mar morava a baleia mãe que amava muito, mas muito o seu filhote do fundo do seu coração.
A baleia mãe se chamava F e o filhote se chamava C. Com o passar dos anos o filhote F cresceu e sofreu um acidente e feriu a sua barbatana, sua mãe com seu enorme coração o acolheu e o cuidou até a sua recuperação total.
Depois desse dia F nunca mais se afastou do C, e continuaram nadando por todos os mares...
Fim.

Autores: Eliane, Cristina, Gabriela e Christian.



“O grupo que aplicou esta situação de aprendizagem nos educandos é composto pelas alunas: Andréia, Cristiane Barcelos, Cristiane Dias, Márcia, Rosemari e Tânia”.





Avaliação dos(as) educandos(as):


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Cristiane Barcelos, Tânia Graziadei

Tipologias de conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais

A escola de modo geral, vem tratando da educação de uma forma mecânica o que a torna executora de tarefas. Esse sistema não permite que a funcionalidade da escola tenha visibilidade, reforçando de forma negativa a utilidade dos conteúdos que se aprende na escola.

Este modelo de educação não tem serventia para o desenvolvimento da sociedade, já que a escola tem um papel fundamental na educação para a socialização . O que aprendemos não pode ficar retido apenas em cadernos, cartazes ou armazenados tecnologicamente. Devem ser assimilados , acomodados e compartilhados para a multiplicação de conhecimentos e principalmente para serem executados quando necessário, aprimorando as questões sociais para o exercício da cidadania para termos uma sociedade mais justa e livre.

Para promover este tipo de educação o professor deve ter em mente uma série de questões que sejam pertinentes para o desenvolvimento do exercício de sua prática. Por tanto, neste momento pontuarei os conteúdos conceituais,procedimental e atitudi-nal , e a sua importância neste processo.
Conceituais:são mais abstratos, eles demandam compreensão, reflexão, analise e comparação.
Procedimentais: envolvem ações ordenadas para realização de um objetivo, aquilo que se aprende a fazer, fazendo, como : saltar, escrever com letra cursiva , desenhar, dirigir podem ser chamados de regras, técnicas, métodos, destrezas ou habilidades.
Atitudinais:podem ser agrupados em: valores, atitudes ou normas. Dentre esses conteúdos podemos destacar como exemplo: a cooperação, solidariedade , entre outros.

Estes conteúdos devem estar relacionados com uma metodologia de trabalho didático vinculados ao conhecimento e informações que proporcione a reflexão da intenção do aprendizado ou seja , o conteúdo deve apresentar efeito na vivência do educando, fazendo as devidas relações.

Exemplo: professora de uma classe ensina seus alunos a cozinharem feijão.
Dica 1: escolha o feijão
Dica 2: lave o feijão muito bem esfregando os grão com o atrito das mãos
Dica 3: deixe o feijão de molho no minimo 4h
Dica 4: troque a água e coloque em uma panela de pressão por 20 min , só conte os minutos após a panela começar a chiar .
Dica 5: tempere a gosto
Bom apetite!!!

Observe o exemplo dado:
Se ficar somente no cartaz ou no caderno (conceitual) , não terá o mesmo sentido e nem o aprendizado será tão significativo quanto por em prática (procedimentais), e saborear discutindo os diferentes gostos(atitudinais), em relação ao tempero deste feijão.
No entanto podemos concluir que é fundamental que os conteúdos estejam interligados para promover a mediação dos conhecimentos através de uma metodologia didática que contemple a ação dinâmica dos conteúdos.

Cristiane Barcelos.

Reflexão sobre Gênero, Sexualidade e Educação. uma perspectiva pós-estruturalista . Guacira Lopes Louro.








Na disciplina de educação e gênero, tivemos a oportunidade de trabalhar através de um seminário, a obra literária Gênero, sexualidade e educação (Ed. Vozes, 1997); Guacira Lopes Louro é doutora em Educação pela UNICAMP, licenciada em História e mestre em Educação pela UFRGS. Foi fundadora do GEERGE (Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero da UFRGS em 1990, onde continua atuando como pesquisadora. Tendo se aposentado como professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1993, permanece colaborando com esta instituição até o momento em atividades de docência e orientação de teses no Programa de Pós Graduação em Educação. Tem várias publicações na área de gênero, sexualidade e educação em revistas, livros nacionais e estrangeiros. Entre os livros de sua autoria, destacam-se: Currículo, gênero e sexualidade, publicado em Portugal (Porto Editora, 2000); e a organização de O corpo educado. Pedagogias da Sexualidade (Autêntica, 1999).

-Apesar de termos trabalhado toda obra, o que salientaremos aqui trata-se predominantemente dos capítulos 3 - A construção escolar das diferenças e o 4 - O gênero da docência. Esses capítulos, são muito significativos para o contexto que vivemos e contempla fatos vivenciados em nossa realidade, sendo no entanto temas bem pertinentes e com excelente sustentação para as nossas reflexões. Partindo da obra foram abordadas as seguintes temáticas:

-A escolarização dos corpos e da mente; a construção de um prédio tem muito significado em sua constituição, muitas escolas que temos hoje deixa marcas profundas do verdadeiro objetivo de sua existência.
-A fabricação escolar das diferenças; as diferenças entre meninos e meninas são reforçadas muito antes de entrarem nas escolas , já são pontuadas antes de nascerem de forma sutil mas de muita significação. Quando chegam a escola, esta situação permanece permeando através do lúdico fatores que demarcam os papéis na sociedade, fixando no nosso cotidiano as desigualdades já constituídas, históricamente.

-O gênero da docência; a escola é atravessada pelos gêneros, tanto que os homens eram considerados mestres e as mulheres, professoras. Nem sempre elas tiveram a credibilidade para atuarem como professoras, mas devido ao perfil de cuidadoras, foram promovidas pelos homens, ao cargo de professoras para lecionar nas séries iniciais porque as crianças necessitam de um cuidado maior.

A mulher vem conquistando o seu espaço através de muitas lutas, porque em sua trajetória histórica sempre foi vista como um ser inferior, pois a fragilidade da mulher é apontada como fator limitador de suas potencialidades. Nisia Floresta foi uma das pioneiras da educação no Brasil, contribuindo para romper as barreiras impostas pelo patriarcado, inclusive adotando o nome de Nísia Brasileira.

A obra de Guacira Lopes trouxe muitos questionamentos , descobertas e entendimentos que serviram para um olhar mais crítico em nossa prática docente. Contribuiu para que analisássemos conjunturalmente questões que estão embutidas em nosso dia a dia , promovendo um diálogo reflexivo, visando mecanismos para desconstruir essa escola que herdamos, produtora de diferenças, distinções, desigualdades e exclusões.

Cristiane Barcelos e Tânia Graziadei.


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TECNICISMO



Em meados do século XX, surge uma prática educacional no Brasil denominada Tecnicismo. A educação tecnicista é inspirada nas teorias Behavioristas da aprendizagem e consiste em uma educação reprodutivista, mecânica e desumanizadora.

Essa prática educacional, teve uma intencionalidade política influenciada pelos acontecimentos do tecnicismo nos Estados Unidos. Aqui, nas décadas de 60 e 70 o movimento se intensificou, pois a política que tínhamos era militar e a educação tratava de formar cidadãos que se moldassem ao sistema.
Segundo Bobbitt(2004, p.12),

no modelo de currículo, os estudantes devem ser processados como um produto fabril. No discurso curricular de Bobbitt, pois, o currículo é supostamente isso: a especificação precisa de objetivos, procedimentos e métodos para obtenção de resultados que possam ser precisamente mensurados.

O professor era mero reprodutor do conhecimento, o ensino tornava-se mecânico, a estrutura da escola (currículo) fortalecia essa prática, formando pessoas para obedecer as normas de acordo com as regras vigentes, como por exemplo o material didático utilizado em sala de aula, era exercício de completar as lacunas onde bastava seguir o enunciado, ou ainda marcar com um X o falso ou verdadeiro.

Essa prática na sala de aula, formava o cidadão com perfil que a classe dominante determinava, para assim, continuar com o poder e dominação introduzindo os “conhecimentos” através das escolas de uma forma subjetiva, qualificando-os para atuarem nas fábricas de maneira autômata, sem valorizar a capacidade humana de refletir e criticar o meio ao qual está inserido.

Segundo Silva (2004, p.30), “para as teorias críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.” Contrapondo o sistema tecnicista, surgiu o movimento dos pensadores Paulo Freire, Althusser, Bourdieu, Passeron, Baudelot e Establet. Eles criticaram esta teoria e desenvolveram teorias que visavam um currículo, onde a cultura do sujeito era valorizada. Atualmente, encontramos nas escolas muitas práxis que nos remetem a teoria tecnicista. O Ensino por ciclos, por exemplo, nos mostra que continuamos em busca de elementos que nos proporcionem uma educação digna e libertadora.


Cristiane Barcelos, Márcia Menger e Tânia Graziadei.



Bibliografias:

SILVA , Tomaz Tadeu da . Documentos de identidade ; uma introdução as teorias do currículo. Belo Horizonte . Autêntica , 2004 .

SAVIANE , Dermeval . Escola e Democracia . São Paulo : Cortez / Autores Associados , 1983 .

A práxis pedagógica e sua fundamentação teórica

A escola não pode ser vista como uma forma de moldar comportamentos, é preciso possibilitar ao sujeito a sua reinvenção para que a transformação seja plena e repleta de novos saberes, para isso devemos optar pelo núcleo epistemológico transformador em nosso currículo escolar, onde o processo não subestime o sujeito, valorize o saber tácito (aqueles que foram construídos antes da escola), observando o contexto cultural deste sujeito, onde ele interage com e através do meio ao qual está inserido.
No núcleo epistemológico transformador, está representada a humanização da escola, pois para a construção do currículo escolar através da epistemologia transformadora, a escuta é feita com toda a comunidade escolar e reproduz assim, os anseios e expectativas deste universo do aprendizado, visando a transformação de todos os sujeitos envolvidos.
Para obtermos êxito nesta jornada, é necessário que os professores ousem e se reinventem, sempre com criticidade e reflexão de suas práticas, para que os alunos evoluam e transformem seu saber tácito em saber erudito.