TECNICISMO



Em meados do século XX, surge uma prática educacional no Brasil denominada Tecnicismo. A educação tecnicista é inspirada nas teorias Behavioristas da aprendizagem e consiste em uma educação reprodutivista, mecânica e desumanizadora.

Essa prática educacional, teve uma intencionalidade política influenciada pelos acontecimentos do tecnicismo nos Estados Unidos. Aqui, nas décadas de 60 e 70 o movimento se intensificou, pois a política que tínhamos era militar e a educação tratava de formar cidadãos que se moldassem ao sistema.
Segundo Bobbitt(2004, p.12),

no modelo de currículo, os estudantes devem ser processados como um produto fabril. No discurso curricular de Bobbitt, pois, o currículo é supostamente isso: a especificação precisa de objetivos, procedimentos e métodos para obtenção de resultados que possam ser precisamente mensurados.

O professor era mero reprodutor do conhecimento, o ensino tornava-se mecânico, a estrutura da escola (currículo) fortalecia essa prática, formando pessoas para obedecer as normas de acordo com as regras vigentes, como por exemplo o material didático utilizado em sala de aula, era exercício de completar as lacunas onde bastava seguir o enunciado, ou ainda marcar com um X o falso ou verdadeiro.

Essa prática na sala de aula, formava o cidadão com perfil que a classe dominante determinava, para assim, continuar com o poder e dominação introduzindo os “conhecimentos” através das escolas de uma forma subjetiva, qualificando-os para atuarem nas fábricas de maneira autômata, sem valorizar a capacidade humana de refletir e criticar o meio ao qual está inserido.

Segundo Silva (2004, p.30), “para as teorias críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.” Contrapondo o sistema tecnicista, surgiu o movimento dos pensadores Paulo Freire, Althusser, Bourdieu, Passeron, Baudelot e Establet. Eles criticaram esta teoria e desenvolveram teorias que visavam um currículo, onde a cultura do sujeito era valorizada. Atualmente, encontramos nas escolas muitas práxis que nos remetem a teoria tecnicista. O Ensino por ciclos, por exemplo, nos mostra que continuamos em busca de elementos que nos proporcionem uma educação digna e libertadora.


Cristiane Barcelos, Márcia Menger e Tânia Graziadei.



Bibliografias:

SILVA , Tomaz Tadeu da . Documentos de identidade ; uma introdução as teorias do currículo. Belo Horizonte . Autêntica , 2004 .

SAVIANE , Dermeval . Escola e Democracia . São Paulo : Cortez / Autores Associados , 1983 .

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