A escola não pode ser vista como uma forma de moldar comportamentos, é preciso possibilitar ao sujeito a sua reinvenção para que a transformação seja plena e repleta de novos saberes, para isso devemos optar pelo núcleo epistemológico transformador em nosso currículo escolar, onde o processo não subestime o sujeito, valorize o saber tácito (aqueles que foram construídos antes da escola), observando o contexto cultural deste sujeito, onde ele interage com e através do meio ao qual está inserido.
No núcleo epistemológico transformador, está representada a humanização da escola, pois para a construção do currículo escolar através da epistemologia transformadora, a escuta é feita com toda a comunidade escolar e reproduz assim, os anseios e expectativas deste universo do aprendizado, visando a transformação de todos os sujeitos envolvidos.
Para obtermos êxito nesta jornada, é necessário que os professores ousem e se reinventem, sempre com criticidade e reflexão de suas práticas, para que os alunos evoluam e transformem seu saber tácito em saber erudito.
Às vezes temos uma prática pedagógica, mas não sabemos sua real fundamentação, por isso devemos investir na formação de professores em busca de conhecimentos através de teóricos que fundamentem suas práticas, precisamos de um caminho epistemológico para orientar nosso fazer pedagógico. Para tanto, se faz necessário elaborar o currículo escolar, que é o percurso que a escola percorre para trabalhar o conhecimento do aluno, onde devemos nos orientar epistemologicamente.
Pouco adianta os professores planejarem conteúdos conceituais e procedimentais e esquecerem os atitudinais, porque é na ação que o aprendizado do aluno acontece, portanto é necessário a escola incluir no currículo disciplinas que proporcionem aos alunos fazer acontecer, ou seja, vivenciar na prática aquele saber recém descoberto, pois é desta forma que ele constrói um novo saber.
Se optarmos por um núcleo epistemológico conservador em nosso currículo escolar, estaremos nos baseando em um idealismo especulativo (através de suposições), onde os conteúdos serão predeterminados, não levando em conta o contexto cultural do sujeito, causando assim uma linearidade do conhecimento e a reprodução mecanicista, sem criticidade, passando a coisificação do conteúdo escolar.
Precisamos repensar nossas práticas pedagógicas, está mais do que na hora de formar alunos críticos, possibilitando assim o exercício da cidadania plena para que o mundo torne-se mais justo e mais fraterno. Precisamos mudar nosso olhar, enxergar a subjetividade na sala de aula é um bom começo. Vamos humanizar o ensino-aprendizagem, valorizar os diversos saberes, auxiliando assim na formação de um novo sujeito, consequentemente, de um novo mundo.
Tânia Graziadei
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